EDUCAÇÃO AMBIENTAL SINTRÓPICA EM ESCOLAS PÚBLICAS DO INTERIOR DE SÃO PAULO

 

EDUCAÇÃO AMBIENTAL SINTRÓPICA EM ESCOLAS PÚBLICAS DO INTERIOR DE SÃO PAULO: uma proposta de pesquisa-ação e estímulo ao voluntariado por meio das temáticas da Educação em Saúde, da Segurança Alimentar e Nutricional e da Ciência-Cidadã

 

Uma parceria: UNESP, Instituto Noosfera, GEPEASA e Prefeituras dos Municípios de Arealva e São Manuel

Financiamento: FAPESP

 

O programa de formação em Educação Ambiental Sintrópica, busca a reconstrução da realidade ambiental pela desconstrução de paradigmas dominantes e promoção de diálogos produtivos entre as várias ciências, na busca de uma análise da dinâmica dos sistemas ambientais, e envolve diretamente as seguintes temáticas: Educação em Saúde; Segurança Alimentar e Nutricional; e Ciência-Cidadã.

 

Nele, leva-se em conta que homem é um ser reflexivo e, por meio de processos educativos interativos, ele refletirá profundamente sobre suas ações e as dos outros, suas consequências e os rumos que podem ser tomados. Assim, pretende-se analisar a contribuição do processo educativo socioambiental na transformação da relação ser humano, natureza e sociedade, e seus reflexos na qualidade da formação e da atuação escolar e sócio-afetiva dos estudantes e docentes das escolas públicas participantes, assim como dos acadêmicos envolvidos.

 

Durante o projeto, foi desenvolvido um programa de formação em EA Sintrópica, envolvendo temáticas promovidas pelas instituições parceiras, UNESP/GEPEASA e Instituto Noosfera, com a participação da Professora Carolina Letícia Zilli Vieira, da Harvard School of Public Health, sendo estas: Educação em Saúde Ambiental e Emocional; Segurança Alimentar e Nutricional; e Ciência-Cidadã.

 

Este processo formativo-investigativo, o qual vem ocorrendo desde o início de 2020, atende diferentes públicos, tais como estudantes e professores da educação básica, gestores e demais membros dos municípios envolvidos.

 

Foram oferecidos cursos com duração, temáticas e momentos diferenciados para: formação de oito professores-bolsistas os quais atuam na Educação Básica das quatro escolas parceiras, duas de Arealva e duas de Botucatu, assim como a todos os docentes das escolas municipais, os quais foram convidados a participar do projeto.

 

Em Arealva, as escolas onde atuam as professoras bolsistas são a EMEFEI Manuel Limão e a EMEF José Abílio Ferreira Prestes e, em São Manuel, as escolas EMEF Zigomar Augusto, EMEFEI Walter Carrer, contando ainda com participantes da EMEF Augusto Reis que aderiram de forma voluntária.

 

As temáticas envolveram assuntos como: a) Educação em Saúde Ambiental e Emocional: objetiva o ensino sobre o impacto do meio ambiente na saúde humana e sociedade. Os temas em fatores de risco naturais serão: efeitos da atividade solar na saúde humana (ciclo circadiano, efeito das alterações do campo magnético, efeitos da radiação solar e fisiologia da vitamina D), catástrofes naturais e efeitos das mudanças climáticas no Brasil e no mundo. Os fatores de risco não-naturais causados pela ação humana serão: insuficiência de saneamento básico e tratamento de água, desmatamento e seu impacto no ciclo das chuvas e desertificação, contaminação dos sistemas terrestres (atmosfera, hidrosfera, geosfera, criosfera) e o impacto na saúde humana (lixo, plástico, metais pesados, agrotóxicos). Engloba ainda a auto educação com práticas de meditação e educação emocional e estudo de impacto; b) Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável: difusão e ensino de técnicas como agroecologia, permacultura e suas práticas constituem tópicos importantíssimos relativos à sustentabilidade e promoção da segurança alimentar sustentável, com vistas à capacitação em gestão ambiental e consciência alimentar, educando os envolvidos no projeto para a valorização da agrobiodiversidade e autonomia alimentar. c) Ciência-Cidadã: requer saberes tecnocientíficos mais aprofundados, mais abrangentes e visões éticas menos segmentadas. Também busca mudanças na matriz social e tecnológica da Ciência, buscando uma reaproximação da ciência ao senso comum, um entrelaçar de saberes e de práticas científicas com saberes e práticas não científicas (SANTOS, 2007, p. 7). Práticas de colaborações entre cientistas e leigos têm o potencial de ampliar o escopo de pesquisas e aumentar a capacidade de coleta de dados, proporcionando conhecimentos sobre a vida silvestre e comunidades locais. Incentiva o voluntariado em pessoas que se preocupam com vida silvestre, se sentem bem em campo e adquirem reconhecimento da importância sobre o processo científico.

 

O processo formativo dos diferentes professores envolvidos aconteceu em modalidade híbrida, online e no centro de formação da Fazenda Experimental da Unesp em São Manuel, assim como nas próprias escolas parceiras. Atualmente ele se desenvolve em sala de aula e na área escolar, por meio dos projetos de intervenção idealizados e realizados pelos professores e seus diretores, com o apoio da Coordenação pedagógica e Diretoria de Educação dos Municípios envolvidos, à partir das formações oferecidas, o que vem refletindo na formação dos alunos, suas famílias e do entorno escolar.

 

Neste link vc pode acessar o livro Educação Ambiental Sintrópica - Relatos e Sequências Didáticas na Educação Básica: https://drive.google.com/file/d/1jbIrF42kasu7oAfPZJ6w-U5kVA6L-pHn/view?usp=sharing